Sanduíche para canhotos

 

Em anúncio de página inteira publicado no

jomal US Today,  uma conhecida rede de fastfood

comunicou o lançamento de novo item

no seu cardápio: um sanduíche concebido

especialmente para os 32 milhões de americanos

canhotos. O texto informava que o

novo lanche possuía os mesmos ingredientes

do sanduíche original (alface, tomate,

carne etc.), mas sofrera rotação de 180º, de

forma a incliná-Io para a esquerda, evitando

que o recheio caísse para o lado direito.

A notícia provocou corrida aos restaurantes

de consumidores ávidos para experimentar

a novidade, ao mesmo tempo que muitos outros

exigiam a versão original, ou seja, o sanduíche

para destros.

Esse fato, que ocorreu em 1998, é listado entre

as 100 mais famosas “mentiras” de 1º de

abril e serve para exemplificar a dimensão

que esse tipo de brincadeira ganhou ao longo

do tempo, especialmente depois de assimilado

pelos meios de comunicação de massa

e pelas redes virtuais de relacionamento.

Embora secular na cultura de diversos países,

ninguém ainda sabe ao certo quando,

onde e como esse costume começou. Há referências

mais explícitas ao Dia da Mentira

ou Dia do Tolo – como é conhecido nos países

de língua inglesa – desde o século XVIII,

embora alguns pesquisadores apontem indícios

de sua origem já nos anos 1500.

Entre as muitas teorias que buscam explicar

sua procedência, a mais popular e plausível

tem origem na reforma do calendário

francês, em 1564, quando o rei Carlos IX

mudou o período de comemorações de início

do ano, que ia de 25 março a 10 de abril,

para 1° de janeiro. Alguns franceses resistiram

à mudança e continuaram a comemorar

a data em 10 de abril. Passaram então a

ser vítimas de gozações, recebendo presentes

estranhos e convites para festas inexistentes.

Teria nascido aí o costume, que na

França é conhecido como poisson d’avril,

ou peixe de abril.

No Brasil, a origem do Dia da Mentira tem

outra explicação: em 10de abril de 1848, passou

a circular em Minas Gerais um jornal

com o título A Mentira, que noticiou, em manchete,

a morte de Dom Pedro, logo depois

desmentida. Afundado em dívidas, distribuiu

sua última edição em setembro de 1849, convocando

todos os credores para um acerto

de contas no dia 1° de abril do ano seguinte,

em determinado endereço que nunca foi

encontrado.

Essa é só mais uma das hipóteses sobre o

Dia da Mentira. A verdade mesmo é que sua

origem continua sendo um mistério em todo

o mundo até os dias de hoje.

Será que tudo não passa de um globalizado

1º de abril?

Edemar. Autor desconhecido.

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